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António Feijó: “sistema literário de Pascoaes é hoje mundialmente conhecido”

Responsável pela comunicação inaugural do III Congresso Internacional de Pascoes, António Feijó, não poupou os elogios na hora de analisar de forma crítica, científica e exímia o legado de Pascoaes.

Para o Professor catedrático, vice-reitor da Universidade de Lisboa, presidente do Conselho Geral Independente da RTP e vencedor do Prémio Jacinto do Prado Coelho de 2016, Pascoaes é “singular e único em toda a literatura”. Feijó interpelava a audiência, na comunicação inaugural, sublinhando como é que “alguém em Amarante conseguiu prever um sistema crítico que hoje é mundialmente conhecido”, referindo-se ao vasto legado do poeta sobre quem, “ainda está muito por dizer”.

Por estes dias, um amplo conjunto de investigadores e académicos olham para a obra de Teixeira de Pascoaes. Numa lógica de projeção e divulgação do legado universal do poeta, um dos grandes contributos do Município de Amarante passa por “aproximar, formar e educar as pessoas para a leitura e para a cultura”, menciona o Presidente da Câmara Municipal de Amarante. Como é do conhecimento público, o Município adquiriu o espólio de Teixeira de Pascoaes e é intenção da autarquia torna-lo público e acessível ao estudo. “Estamos a protocolar com a Associação Marânus, a cedência da casa onde Pascoaes nasceu, onde pretendemos instalar um Centro Interpretativo da obra, destinado a académicos, a investigadores e ao público em geral” – ações para “concretizar em breve”, garante José Luís Gaspar. No plano imaterial, destaque para o Grande Prémio Teixeira de Pascoaes, cujo galardoado foi em dezembro de 2016, José Tolentino Mendonça, pelo livro "A noite abre meus olhos".

Até 31 de março, Amarante acolhe o Congresso que atrai quase 40 oradores vindos de Espanha, Itália mas também da Colômbia e Portugal. Teixeira de Pascoaes: Pensamento e Missão. Comemora os 140 anos do nascimento e os 65 da morte, de Teixeira de Pascoaes.

A Câmara Municipal de Amarante, em parceria com o Instituto de Ciências da Cultura Pe. Manuel Antunes, o Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (CLEPUL), a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), entre outras instituições, encontram-se a organizar o Triénio Pascoalino.

Elaborados a partir do resultado dos dois congressos anteriores, este ano serão publicados três volumes de ensaios, um por cada ano. Dois deles serão apresentados logo no final deste Congresso. “Trata-se de uma marca científica deixada por este projeto que visa não só fazer jus à grandiosidade da obra de Teixeira de Pascoaes, como também trazer à luz um conjunto robusto de ensaios literários e filosóficos (mais de 40 autores nacionais e internacionais tornaram esta obra possível) que contribuirão para reconfigurar o justo lugar de Pascoaes no pensamento universal”, menciona Sofia Carvalho, mentora e presidente da comissão organizadora do Congresso.

Do vasto programa, destaque ainda para António Braz Teixeira, filósofo e pensador de peso do “Movimento da Filosofia Portuguesa”; Leonardo Coimbra e tantos outros pensadores luso-brasileiros. Da Universidade Católica de Braga vem o Professor Mário Garcia que estabelecerá uma certeira comparação entre Milton e Pascoaes, autor a quem dedicou grande parte da sua atenção e por fim o Professor Manuel Ferreira Patrício, o grande dinamizador e sócio-fundador da Associação MARÂNUS, Associação Divulgadora da Vida e da Obra de Pascoaes. O programa destaca-se também pelos contributos de pensadores internacionais, como o colombiano Jerónimo Pizarro que se dedicam ao estudo do pensamento português contemporâneo.

“É este um Congresso Internacional que reúne uma geração de especialistas de renome e uma nova geração pensadores, cujo diálogo garantirá a continuidade e a renovação dos estudos sobre Pascoaes e o seu indiscutível legado para o futuro”, do qual resultará o terceiro e último volume de ensaios. “Falta-nos compreender este Autor prodigioso, cabendo aos seus leitores refletir quer acerca das modalidades complexas do seu pensamento, quer sobre as movimentações subjetivas e ímpares de um combate religioso por excelência”, conclui.

Nesta jornada de trabalho haverá ainda espaço para momentos culturais como um concerto da Orquestra do Norte; exibição de um documentário sobre Pascoaes; visita a Travanca do Monte e ainda visita ao Solar de Gatão, a casa do autor.

Até 6 de maio, a Biblioteca Nacional de Portugal tem patente ao público a exposição “Pascoaes: de Amarante (Solar de Gatão) ao Universo”.


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