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Cineteatro de Amarante: Apresentada a nova versão do projeto de requalificação

A apresentação do presente Projeto de Execução do cineteatro de Amarante aconteceu na manhã desta quarta-feira, 29 de março, no auditório da Casa da Portela e ficou a cargo do arquiteto Carlos Prata.

De referir que a nova versão do projeto de requalificação corresponde à reformulação do projeto inicial que foi desenvolvido no seguimento de um Concurso Público Internacional (2011), anteriormente entregue à Câmara Municipal de Amarante (2013), implicando uma adequação a um novo pensamento sobre a forma de ocupação e gestão deste equipamento.

Trata-se de uma redução próxima dos 50% aquela que o atual executivo alcançou graças a uma alteração ao projeto inicial de recuperação do cineteatro de Amarante. O projeto de 2011 rondava os 7 milhões, montante que nesta nova versão baixa para cerca de 3 milhões e 600 mil euros. “Projetar este edifício foi um desafio à capacidade de conseguir desenvolver o programa definido no espartilho que constitui a exiguidade do espaço existente. O resultado parece responder por completo às exigências que conhecemos do funcionamento deste tipo de programas, tendo-se conseguido, simultaneamente, uma articulação equilibrada entre o corpo principal do edifício existente, que se mantém, e a nova volumetria necessária para comportar as exigências dimensionais do programa que substituiu a edificação anexa, muito descaracterizada”, começou por expor o arquiteto responsável pelo projeto.

Tratando-se de um edifício que é um elemento referencial da malha urbana da cidade e que faz parte da memória coletiva de todos os que vivem ou viveram na cidade, a atitude projetual é a de “manter e reforçar a leitura do corpo principal do edifício – identificador da imagem deste equipamento – expurgando-o de todas construções anexas sem qualidade arquitetónica, expressão da sua descaracterização e degradação”, ressalvou o arquiteto.

Nas palavras de Carlos Prata, propõe-se, assim, um volume, “quase cego, que abraça o edifício a manter, com quem estabelece claras relações de proporção e escala. Os dois volumes não se tocam, sendo desligados por panos de vidro verticais, que resolvem os contactos interior/exterior mais ou menos transparentes”. Os segundos e terceiros planos do volume novo afastam-se das fachadas principais reduzindo a sua expressão volumétrica desde pontos de vista reais. Com esta alteração, o projeto encolheu quase 700 metros quadrados, permitindo um afastamento do limite do terreno e, por conseguinte, uma redução dos custos de construção. Em concreto, desapareceu a residência artística da Orquestra do Norte e o fosso de orquestra que constavam no projeto inicial. “No fundo, emagrecemos o edifício, adequando o projeto àquilo que se deseja em termos de utilização”, sublinhou o arquiteto.

Este equipamento cultural vai contemplar sala de espetáculos com quase 400 lugares, teia, sala de ensaios, camarins, gabinetes, oficinas e outras valências de apoio à produção residente ou não, foyer, café/restaurante e instalações sanitárias.

No âmbito do plano de regeneração urbana, a autarquia espera avançar com a candidatura a fundos do Portugal 2020 já no mês de maio.

“Estou bastante satisfeito com esta nova fase que hoje começa na vida do cineteatro e esperamos ainda este ano ver a obra nascer”, regozijou-se o Presidente da Câmara Municipal. A redução do preço não é “nenhum milagre, resulta, sim, da adequação do projeto ao nosso planeamento financeiro. Em São João da Madeira há um edifício similar e o investimento também rondou estes valores que agora conseguimos. A grande questão é que não me interessa ter projetos guardados na gaveta – e, sejamos claros, com um custo de sete milhões, esse seria o destino do projeto inicial”, acrescentou José Luís Gaspar. O autarca ambiciona uma programação “de excelência”, num local de excelência e numa sala de espetáculos de excelência. Ficaria muito feliz se no Natal de 2018 já pudéssemos assistir a um espetáculo, no “novo” Cineteatro de Amarante”.


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