Protocolo de 50 mil euros entre Estado e Igreja para conservação, valorização e ampliação da Igreja
A obra de conservação, valorização e ampliação da Igreja Paroquial de Ataíde, em Vila Meã, está orçada em cerca de 100 mil euros e 50% da verba já está assegurada. Da cerimónia de assinatura do contrato de financiamento, que teve lugar a 11 de abril, em Vila Meã, ficou precisamente essa garantia. Os restantes 50 mil euros deverão resultar do envolvimento da Paróquia, da Câmara Municipal de Amarante e da Junta de Freguesia.
Do conjunto de trabalhos, a recuperação do retábulo do século XVII da Igreja de Ataíde, é a mais importante tarefa que já foi, de resto, iniciada.
A cerimónia contou com a presença do Secretário de Estado das Autarquias Locais que ratificou os termos do acordo, agora conhecido. Carlos Miguel reservou parte do seu discurso para falar da importância daquilo que é “a partilha e a cooperação”.
Aliás, como o próprio fez questão de explicar, o protocolo assinado mais não é do que o símbolo da “cooperação entre o governo, a sociedade civil e a Igreja”. Para o autarca é evidente que dando um impulso à sociedade civil, se consegue “multiplicar os recursos, multiplicar os meios e se consegue fazer obra e, por isso, esta cooperação em que cada um contribui com aquilo que pode para o bem comum, é determinante”.
Por sua vez, José Luís Gaspar não duvida da “importância da reabilitação do património, porquanto representa uma forma de perpetuar a memória coletiva, ao mesmo tempo que permite que os espaços intervencionados sejam utilizados pela comunidade”. O presidente da Câmara Municipal de Amarante, no discurso da cerimónia, fez questão de agradecer o envolvimento do poder central em iniciativas que visam a “valorização do património”. Quem também não poderia deixar de reconhecer o valor deste protocolo é o pároco local, ao sublinhar que com esta intervenção se está a “devolver” à região uma “magnífica obra de arte, desprezada por tantas gerações”. Depois de todo o envolvimento espontâneo da comunidade cristã, António Jorge Oliveira observa que “este protocolo de financiamento no valor de 50 mil euros é algo de extrema importância”. Resta continuar a contar com o envolvimento dos populares para que se atinja o dinheiro necessário para se proceder ainda a outras intervenções, nomeadamente, a construção de um edifício de raiz junto à torre do atual templo que acolherá, numa fase posterior, a sacristia. A atual, por sua vez, será transformada numa sala de acolhimento, para que os visitantes possam apreciar o retábulo. A par destes trabalhos, estão ainda previstas intervenções na iluminação, nas grades de segurança e na escada de acesso ao coro e a construção de novas instalações sanitárias.
O bispo do Porto, António Francisco, marcou presença na cerimónia pública, manifestando o claro agrado com protocolos que, à semelhança deste agora anunciado, “colocam as pessoas a trabalhar em rede e a cooperar. Na verdade, sozinhos não podemos fazer nada e, sobretudo, não fazemos bem”. Através destas ações “colocamos o património que herdamos, ao serviço de todos e comprovamos o bom caminho que está a ser percorrido”.