J. Luís Gaspar - Câmara Municipal de Amarante - Afirmar Amarante
Nome: José Luís Gaspar Jorge
Naturalidade: França
Profissão: Gestão
Por que razão decidiu avançar com a candidatura à presidência da Câmara Municipal de Amarante?
O normal será, ao fim de 4 anos de um primeiro mandato, e estando satisfeito com o trabalho desenvolvido, propor-me, novamente, a eleições. Acredito no potencial de Amarante, dos amarantinos e de todo o nosso território e, por isso, acho que posso continuar a dar um contributo importante para continuar a afirmação plena daquilo que são as potencialidades do nosso concelho. É este o motivo pelo qual me recandidato às eleições de 2017.
Que tipo de contributo poderá dar ao município como autarca?
Quando acredito nos projetos, luto por eles, afincadamente, até ao fim. E, como acredito na minha terra, aqui estou eu, pronto para continuar a lutar, em conjunto com os Vilameanenses e com todos os Amarantinos pela afirmação do nosso território.
Note que começámos a trabalhar o desenvolvimento do território, desde logo as nossas serras. A Serra do Marão já tem uma verba de 400 mil euros para desenvolver os aspetos da valorização do ambiente e o turismo de natureza; temos, também, um projeto muito bonito para o rio Ôlo, de igual montante; estamos a ultimar um projeto para trabalhar o rio Tâmega, numa extensão de 14 quilómetros, num investimento total de 6 milhões de euros, sendo um projeto muito importante para alicerçar o desenvolvimento do turismo numa lógica ambiental. Numa fase seguinte iremos olhar para outros rios: Marão, Ovelha, Odres… Este património poderá ajudar a posicionar Amarante num segmento completamente diferente.
Avançámos com o projeto das termas que, neste momento, já tem o balneário provisório a funcionar com cerca de 150 pessoas inscritas e contamos até final do ano abrir o setor do bem-estar. Posteriormente, reunidas todas as certificações, será aberta a secção da saúde.
Trabalhámos, também, as questões das acessibilidades, de que o maior exemplo é a ligação à autoestrada, em Vila Meã, porque acreditamos que poderá desenvolver muito esta zona do concelho.
Estamos, também, a trabalhar um setor muito importante, o industrial. Algo que para nós é estratégico é a questão do planeamento. Começamos por dar continuidade à revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) que era estruturante e avançámos com a ARU (Área de Reabilitação Urbana) do centro da cidade. Temos, também, a ARU em Vila Meã, que sei que será importante para promover e estimular a requalificação do edificado e incentivar a parte comercial. Também, em Vila Meã estamos a ultimar o Plano de Urbanização (PU), algo que é estruturante e no próximo ano iremos avançar com o PU no centro da cidade. Começamos por Vila Meã atendendo ao facto de que estávamos a desenvolver eixos estruturantes, nomeadamente o eixo central. Ao avançar com o PU podemos agora trabalhar o posicionamento de Vila Meã para o futuro. Atendendo ao seu posicionamento estratégico, com vias estruturantes, como o caminho-de-ferro, poderá ganhar a centralidade que já teve outrora, como plataforma comercial de Amarante. Estes planos ajudam-nos muito a definir os investimentos que queremos fazer.
A minha motivação tem a ver com isto, acreditar no território e acreditar que posso contribuir para o seu desenvolvimento.
Se for eleito, que projetos pensa desenvolver em Vila Meã?
São muitos. Em 1º lugar, queremos dar continuidade ao nosso propósito que é terminar o eixo central de Vila Meã. Estamos a falar de um investimento total de 3 milhões de euros. Já começamos a 1ª fase e a seguinte será no próximo mandato. Em 2º lugar, no PU estão alguns itinerários que também são importantes para criar o fluxo e dinâmica pretendidos em termos de mobilidade, e um deles é a ligação entre Ataíde e Oliveira. É um investimento arrojado. Havia várias propostas que eu declinei e este PU veio ajudar-nos a perceber qual a melhor opção. Será um investimento avultado, mas que permitirá a criação de uma nova centralidade, sendo importante desenvolver este eixo no próximo mandato.
Em Vila Meã irá avançar, no próximo mandato, a construção do gimnodesportivo que há tantos anos os Vilameanenses reivindicam, e com razão. Temos vindo a apoiar a política desportiva por todo o território e em Vila Meã. Neste caso, não conseguimos ainda adquirir o terreno pretendido, que é junto às Piscinas Municipais, mas se não conseguir até ao final deste ano, construirei num terreno da Câmara, onde era para ser feito o centro escolar. Este é um compromisso que assumo. Não vamos estar à espera tantos anos como estivemos com o eixo central.
Iremos, também, avançar com a construção do Jardim de Infância de Real, que será construído ao lado da EB1 de Santa Comba e que já está adjudicado. O projeto está a ser desenvolvido, iremos talvez começar ainda este ano.
Iremos, também, construir o novo quartel da GNR, que será na antiga escola primária de Ataíde. O projeto já está feito e estamos a ultimar, com o Ministério da Administração Interna, a questão dos materiais. Entendo que a GNR de Vila Meã está localizada numas instalações muito precárias. Este foi um compromisso que tive com a própria GNR e iremos avançar a custas próprias do Município.
Iremos trabalhar em termos industriais, adquirindo terrenos para construir uma área de acolhimento industrial. O novo PDM permite-nos, agora, ter áreas previamente definidas. São 3 as zonas industriais que queremos criar em Amarante: margem esquerda, zona central e em Vila Meã.
Depois temos o conforto das pessoas, requalificar espaços, como por exemplo a obra do Largo da Feira. Enfim, há um sem-número de projetos que se vão materializar.
Iremos trabalhar projetos na área social, uma área que nos é muito cara, como o Clube de Férias; já criámos o Balcão Único em Vila Meã, e isso vai permitir-nos criar novos serviços sociais, para chegar a mais pessoas; iremos continuar com políticas como o Fundo Municipal de Emergência Social, através do qual já ajudamos 120 famílias em dificuldades; iremos continuar a trabalhar o Sénior Ativo. São muitos os projetos sociais que queremos continuar a desenvolver por forma a dar mais qualidade de vida ao cidadão.
Vamos desenvolver medidas novas. Uma é a Oficina Habitacional, que consiste em apoiar as famílias mais carenciadas a fazer pequenas intervenções nas suas casas. Inclusive, fizemos uma candidatura para adquirirmos duas carrinhas elétricas e uma delas será destinada à equipa de intervenção desta oficina, porque infelizmente ainda temos pessoas que necessitam.
Iremos avançar com o Orçamento Participativo Sénior, da mesma forma que temos o OPJovem, numa lógica de envolvimento dos munícipes. Iremos criar o Consultório Dentário Social, uma área que nos preocupa.
Vamos continuar a fazer uma aposta clara no desporto (fomos agraciados com o prémio Município Amigo do Desporto), junto com as instituições e associações desportivas e queremos continuar a desenvolver projetos na área da cultura. Em Vila Meã já temos uma relação com o Cineteatro Raimundo Magalhães, onde organizámos atividades em parceria. Iremos continuar a dinamizar Vila Meã de forma a torná-la, verdadeiramente, o nosso segundo centro urbano. No verão já temos feito isso, com o Largo da Música, algo que continuaremos nos próximos.
Acho importante dizer que temos muitos projetos, porque Amarante tem vindo a trabalhar muito e a aproveitar, cada vez mais, os fundos comunitários. Acho que é uma forma de nos tornarmos mais competitivos. Andaram a tentar passar a ideia de que o Município estava endividado, mas o último relatório mostra bem a nossa situação. A 31 de agosto de 2017 a dívida de médio/longo prazo de Amarante é de 8.761.741 euros, sendo dívida residual. Quando entrei para a Câmara, no fim de 2013, a dívida também era residual, mas de 9.600.000 euros. Estamos 800 mil euros a baixo, atualmente. Alguns ficam espantados, porque nós temos feito muito investimento - já agora em Vila Meã, até ao momento, em obras, investimos 1.561.524 euros. Além disto, fizemos protocolos de 101.500 euros; transferências para limpezas da Junta de 314 mil euros, muito mais do dobro das anteriores verbas. No total, em Vila Meã foram investidos 1.977.628 euros, por parte do Município, algo que nunca tinha acontecido e nós fizemo-lo para provar a nossa vontade de investir em Vila Meã. Acho que é importante nós dizermos como as coisas estão, até para não defraudar expectativas.
Acontece que temos conseguido captar financiamento através dos fundos comunitários e isso fez com que tivéssemos esta capacidade financeira. Em quatro anos fizemos 27 candidaturas, para um investimento total de 21,1 milhões de euros, por contraponto com os 7 anos anteriores (equivalentes a um período de programação completo – o QREN) e no qual o anterior executivo realizou apenas 10 candidaturas, para um investimento total de 10,5 milhões de euros. Há, claramente, uma diferença. Em termos de candidaturas estamos a anos-luz.
Em relação à atividade económico-social que políticas pretende aplicar para a fixação de empresas e pessoas?
No PDM definimos as zonas que queríamos ver como zonas de acolhimento industrial, de forma a sermos competitivos face a outros concelhos. Sinalizámos Amarante na AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), para que esta agência, no seu radar de investimento, comece a enviar para Amarante potenciais interessados - algo que tem vindo a acontecer. Temos apresentado zonas e equipamentos a investidores, mas como são privados, é mais difícil para essas empresas. Acredito que quando tivermos as áreas de acolhimento empresarial, será mais fácil.
Estas zonas industriais são muito importantes, porque nos irão ajudar a desenvolver toda uma política de fixação das pessoas, e Vila Meã tem a vantagem de ter uma situação privilegiada relativamente ao espaço que ocupa. Ao ter à volta outros centros urbanos, pode captar e fazer com que outras pessoas se desloquem para Vila Meã.
Vamos continuar a desenvolver a nossa premissa inicial: criámos a Agência de Planeamento Estratégico (APE) e a InvestAmarante. Criámos, assim, uma nova janela de oportunidades para quem quer investir em Amarante, pois tem uma equipa a apoiar. Esta “via verde” ao investimento ajuda a materializar o plano e repare que a equipa já está, neste momento, a acompanhar 66 potenciais investidores que podem vir a localizar-se em Amarante. Acredito que muitas mais vão querer investir neste concelho.
Com a criação da APE já conseguimos também que a IRIS (Incubadora Regional de Inovação Social) viesse para Amarante. Esta incubadora já está a dar os primeiros passos, permitindo que toda a região possa ser uma zona atrativa para o empreendedorismo social. Trabalhámos, também, no empreendedorismo jovem, através da Jump Box, permitindo que jovens sem um plano definido construam o seu plano pessoal e profissional. Criámos a Start Industry 4.0, uma universidade de verão, que teve na 1.ª edição 800 candidatos e uma avaliação de resultado de 4.7 em 5 valores. Amarante já está bem posicionada no empreendedorismo de base industrial.
Com estas medidas vamos começar a ganhar músculo. Temos zonas industriais definidas, temos equipas criadas, temos o modelo concebido e procuramos estar posicionados ao melhor nível europeu.
Criámos ciclos de conferências, como a Indústria do Futuro, que reuniu 400 pessoas para discutir a inovação na indústria e contou com 30 parcerias. Criámos as Agrotalks, que vão na 4ª edição e onde se reflete sobre aquilo que deve ser feito nas novas áreas da agricultura: cogumelos, frutos silvestres, vinhos, etc. Trabalhamos todas as fileiras, no sentido de sermos parceiros. Apoiamos numa lógica completamente diferente do que vinha do passado, no sentido de alavancar as empresas e a aumentar as oportunidades no concelho.
Além disto, estamos muito empenhados no setor do turismo. Amarante tem uma responsabilidade acrescida, atendendo a que o país tem vindo a crescer em termos de turismo. Somos claramente, uma zona potencial para trabalharmos mais e melhor como um destino turístico. Mesmo em Vila Meã já temos alguns equipamentos interessantes, mas outros se poderão desenvolver, por ex. quando falamos do rio Odres, as suas margens podem ajudar a tornar Vila Meã mais atrativa e turística.