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Quem é Sílvia Araújo?

Sílvia Araújo, professora de História no Externato de Vila Meã, teve 20 valores na tese de mestrado sobre a História de Vila Meã.

Jornal de Vila Meã (JVM) - Quem é Sílvia Araújo? Sílvia Araújo (SA) - É uma jovem de 24 anos, que vive há muitos anos em Vila Meã. Eu nasci em S. Mamede de Recesinhos, mas vivo em Vila Meã desde os 6 anos. Sou apaixonada pela História, daí o meu curso. Sempre quis ser historiadora ou arqueóloga e fui alimentando isso ao longo da minha adolescência. Estudei no Externato de Vila Meã e tinha média para entrar numa faculdade de Direito, só que nunca quis. Cheguei a afirmar que até podia ficar no desemprego, mas o que iria seguir eram os meus sonhos. Aos 17 anos entrei na universidade, segui História e tenho emprego, felizmente. Sempre segui o que gostei e acho que é isso que me define, ser bastante sonhadora e objetiva. JVM - Qual a licenciatura que tirou? E mestrado? SA - Tirei História, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP); e mestrado em Ensino de História do 3º ciclo do ensino básico e secundário, também na FLUP. A paixão pelo ensino até surgiu depois. Inicialmente, eu queria mesmo ser historiadora, investigar, ir para os arquivos e bibliotecas, depois é que surgiu a vertente do ensino e, aí sim, é que segui o ensino ao tirar o mestrado. JVM - Tirou nota máxima na tese de mestrado, qual foi o tema escolhido? SA - Para além de ser muito apaixonada por História, sou também muito apaixonada por História local. Atualmente, estou a lecionar no Externato de Vila Meã, e acho muito importante fazer os meus alunos perceber a História que está aqui ao lado, perceber o porquê do nome da rua e, só depois, passar para escalas maiores. Eu sempre senti isso enquanto aluna. Primeiro gostei sempre se saber o que estava próximo de mim para depois perceber coisas mais além. E foi sobretudo por isto que escolhi o tema de Vila Meã. Já durante a minha licenciatura, elaborei um trabalho - uma espécie de mini-tese – em que o tema foi a História de Amarante, fui um pouco mais abrangente. Procurei documentação do século XIII e fiquei por ali. No mestrado tinha de escolher um tema para a tese e eu pensei “se eu gosto tanto de História local e da minha terra, porque não desenvolver ainda mais o trabalho da licenciatura?”, foi o que fiz. A ideia era escolher um tema para a tese e, ao mesmo tempo, potenciá-lo em contexto de estágio. Tive duas aulas extraordinárias em que coloquei os alunos a pesquisar as Inquisições gerais de 1220, e pedi para verem nomes de freguesias que ainda existam, como Real e Figueiró. Os alunos como são desta zona de Vila Meã e freguesias envolventes, ficaram espantados. Senti que os motivei mais para a disciplina através da História local. JVM - Porquê a História de Vila Meã? SA - Quando era mais nova, questionava-me de como seria antes este território, fechava os olhos e tentava imaginas como seriam as gentes, o que faziam… Dei por mim, no 3º ano da licenciatura, a mergulhar nas Inquisições gerais e ler nomes de habitantes de Vila Meã, alguns deles que podiam ser meus antepassados. Apaixonei-me pelas Inquisições! JVM - Foi difícil conseguir recolher toda a informação? SA - Não. Atualmente, muita informação está em formato digital, mesmo os acervos da Torre do Tombo e as Inquisições. Por exemplo, em relação ao Mosteiro de Travanca, há muita informação em digital devido à Rota do Românico, onde está inserido. JVM - Como correu a defesa da tese de mestrado? SA - Correu muito bem! Pelo que sei, fui das poucas – senão a única – a ter 20 valores na tese. Fiquei muito orgulhosa de mim e do meu trabalho. JVM - O que espera daqui para a frente? SA - Tenho dois projetos em mente. Em primeiro lugar, dar continuidade à tese de mestrado para uma de doutoramento. Em segundo, num futuro a longo prazo, poder fazer uma monografia sobre a História de Vila Meã, explorando aspetos que não tive oportunidade de explorar na tese.


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