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Opinião: Jornal de todos (e para todos)


Há pouco tempo, perante uma plateia de 20 pessoas, perguntei se conheciam o jornal local, o Jornal de Vila Meã. Responderam-me obviamente que sim, que era um Jornal que existia há já alguns anos. Perante tal reconhecimento, perguntei se sabiam quem era o proprietário deste órgão de comunicação. Responderam-me então que era dos “vilameanenses”. - Mas….dos vilameanenses? De quais? Ninguém me soube responder.

Reconheço que não contava com estas respostas. O Jornal de Vila Meã é propriedade da Associação Empresarial de Vila Meã, há 15 anos. Esta entidade, sem fins lucrativos, decidiu manter a matriz e continuar a editar um jornal regional. Edita um jornal regional, repito, não um jornal institucional. No entanto, a responsabilidade dos custos da sua redação e distribuição é da AEVM. O leitor do jornal recebe-o gratuitamente. A definição e a priorização dos assuntos a publicar são da responsabilidade da equipa que o redige, a sua Direção, e da Direção da Associação Empresarial. Por isso, não há privilegiados nem preferidos, há colaboração e bom senso. Obviamente que para um jornal continuar a sair tem de ser financeiramente sustentável. Para tal, é necessário publicar informação/divulgação patrocinada, pelas entidades públicas ou empresas que pretendam fazer chegar informação aos leitores. No espaço, não ocupado por quem patrocina, a AEVM disponibiliza espaço, quando existe, às entidades sem fins lucrativos. Mas não pode garantir a sua saída, como qualquer leitor deve entender. Acrescente-se ainda que, embora tenhamos profissionais devidamente habilitados, é financeiramente e humanamente impossível estar em todo o lado. É necessário que se faça chegar à Redação a informação sobre as diversas atividades a promover, ou promovidas pelas diversas Instituições. Por isso se vê no jornal editais, anúncios de assembleias gerais, avisos, informação das escolas, divulgação de atividades das IPSS's, informação dos Bombeiros, resultados do futebol, da natação, opiniões, formações, etc. Penso que já publicamos informação de todas as instituições da nossa área de abrangência em 15 anos de existência. Todos concordamos que precisamos de mais jornalismo, mais verdade, assente nos princípios da ética profissional, informação assistida, recolhida e redigida por quem de direito, jornalistas e diretores com carteira profissional. Para tal, precisamos de mais espaços e consequentemente de mais meios e recursos. Saberá o leitor qual a diferença entre um texto escrito pelo prazer de escrever e um texto escrito por um profissional? Cada vez mais é necessário perceber esta diferença. Um “escritor” escreve o que lhe apetece, sobre o que gosta, opina, descreve a sua perspetiva. Um jornalista tem de se sujeitar a regras, ao contraditório, te de cumprir o código de conduta da sua profissão. Sem Jornalismo não há garante da Democracia. Assim sendo, quando se pede a intervenção deste meio de comunicação dever-se- ia pensar que alguém tem de a pagar. Se o Jornal é de todos (e para todos), contribua com a sua parte para o seu crescimento!


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